Filme estreia em 16 de setembro e conta a história de um cowboy falido e um garoto rumo a uma inesperada jornada
Por Antonio Lemos

Chegar aos 91 anos e continuar fazendo o que gosta é o sonho de muita gente. Conhecido pelas atuações nos longas western spaghetti, Clint Eastwood é proganonista de ‘Cry Macho: O Caminho Para a Redenção’, filme no qual é diretor, e chega aos cinemas a partir do dia 16 de setembro. Baseado no romance homônimo de 1975 de N. Richard Nash, o roteiro foi escrito por Nash antes de sua morte em 2000 ao lado de Nick Schenk.
Mike Milo é um ex-astro do rodeio e criador de cavalos fracassado no estado do Texas. Depois de ser demitido, ele retorna ao seu último trabalho em 1979 para ouvir a oferta de seu ex-empregador Howard Polk (Dwight Yoakam) para ver o seu filho, Rafo (Eduardo Minett). Bem que o próprio Polk poderia executar esta tarefa se não fosse por problemas com a lei além da fronteira. Para pagar uma dívida de gratidão pelo fato de ter ficado famoso e ter conquistado vários prêmios nas arenas, o personagem de Eastwood aceita e começa a sua jornada até o México.
Rafo é um adolescente de 13 anos e sofre tanto pelo abandono quanto pelos maus-tratos de sua mãe Leta (Fernanda Urrejola), uma cantora da noite mexicana e que manda soltar e prender qualquer um que ousar a lhe desafiar. Sem o carinho maternal, o jovem sobrevive nas ruas, e acaba metido em contravenções e rinhas de galos, na qual cria ‘Macho’. Ele não confia nem na própria sombra, quer se mostrar viril, mas no fundo ainda é uma criança cheia de mágoa pelo abandono do pai, que não o vê há anos.
No primeiro momento Milo desiste da missão, mas acaba sendo surpreendido pelo destino e o ex-cowboy acaba retomando sua tarefa e ambos vão para uma trilha difícil rumo aos Estados Unidos.
Durante sua passagem pelas estradas, a dupla aprende lições, e foragidos pelo capanga de Leta, Aurélio (Horacio Garcia-Rojas), eles se escondem em um viralejo e fazem amizade com a dona de um restaurante, Marta (Natalia Traven), uma senhora cheia de dramas pessoais, como a morte de sua filha e genro, na qual acaba cuidando de suas quatro netas, além do falecimento do seu esposo. No clima hospitaleiro da mexicana, todos acabam se cuidando e estreitam laços.
Com problemas no seu veículo, Milo é obrigado a ficar na cidade, com isso, arruma um bico adestrando cavalos e ensina o jovem Rafo a montar, em preparação para a rotina no rancho do pai. No restaurante de marta, o veterano cowboy é uma espécie de “faz tudo” desde a montagem de tortilhas até consertar coias. Além disso, a sua afinidade com os animais logo chega aos ouvidos da população e o personagem de Eastwood fica famoso como veterinário.
No final das contas, a missão é cumprida e Rafo reencontra o pai. E Milo, qual é o seu destino? É bom acompanhar até a última cena. ‘Cry Macho’ explora temas sobre a superestimada virtude do machismo e a descoberta de novas abordagens para a vida com a idade. O longa dá aos protagonistas a chance de escapar de um mundo regido pela brutalidade para seguir um novo caminho. Aos 91 anos, Eastwood segue atuando e produzindo muito bem, mostra que tem muita gasolina no tanque e não tem data para pendurar o seu chapéu de cowboy.