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Cobra Kai – Season 5: Melhor a cada temporada!

Por Antonio Lemos

Lançado no último dia 9 de setembro pela Netfilx, nova temporada repete o nível das demais e com um grande gancho para novas histórias

(Foto: divulgação)

Certamente vocês ouviram que tal pessoa é como vinho. Quanto mais velho melhor. Para séries, o ditado é praticamente o mesmo, com direito a adaptações. Quanto mais temporadas, melhor a história fica e ficamos na expectativa do que esperar na próxima. ‘Cobra Kai’ é assim. Depois de uma 4ª temporada (lançado no início desse ano) cheia de ação e desfechos, mal deu tempo para termos a tal “abstinência” e a Netflix lançou mais 10 episódios na semana passada.

Vista o seu quimono, use as técnicas de pintar a cerca e senta que lá vem spoiler:

Os últimos acontecimentos não foram bons para LaRusso e companhia. A derrota de Samantha (Mary Mouser) para Tory (Peyton List) – luta comprada, diga-se de passagem – obrigou Daniel (Ralph Macchio) fechasse o seu dojô como parte do acordo com Terry Silver (Thomas Ian Griffith). Além disso, Miguel (Xolo Maridueña) saiu do país para encontrar com o seu pai biológico; John Kreese (Martin Kove) caiu na armadilha do vilão de cabelos prateados ao ser preso, enquanto o Cobra Kai ganhava a região. Restava ao eterno pupilo do Sr. Miyagi recorrer ao antigo rival dos tempos de “Karatê Kid 2”: Chozen (Yuji Okumoto).

Com a ideia de agir como um Cobra Kai, a dupla dava um passo maior do que a perna, fazendo com que o vilão levasse a melhor. Nem parecia que usavam a disciplina e jogo mental oriental, o que me fez lembrar o livro de Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, ‘Cabeça fria, coração quente’. Ok, a crítica é da série, mas, as ações de ambos foram ao contrário do que o “best seller” indica.

A temporada começa esquentar de fato a partir do 5º episódio, com Daniel levando uma surra de Silver e com a ideia de jogar a toalha. No entanto, essa desistência durou um episódio e eis que o Miyagi-Do reabre para alegria geral. Enquanto isso, no presídio, Kreese revela planos para fugir para se vingar e revela para Daniel e Johnny Lawrence (William Zabka) qual será o próximo passo do vilão.

‘Cobra Kai’ também explora o lado paternal de Lawrence. Além de voltar à guerra contra Silver, o “parça” de Daniel descobre que será pai pela 2ª vez, fruto de um relacionamento com Carmen (Vanessa Rubio) e não quer falhar, propiciando momentos hilários de como cuidar de um bebê e trabalhar como motorista de aplicativo. Depois de várias trocas de farpas, o personagem de Zabka consegue juntar Robby (Tanner Buchanan) e Miguel bem do jeito Johnny Lawrence de resolver uma questão.

A 5ª temporada é marcada pela redenção de Tory, a chegada de mais um personagem dos tempos de ‘Karatê Kid’, Mike Barnes (Sean Kanan) e Chozen. Sim, o personagem de Okumoto é uma das melhores adições do novo ano da série, que apesar de aparecer anteriormente, nessa temporada tem mais destaque! Chozen simplesmente pode ser considerado um dos personagens mais divertidos da série, agregando muito para a história e desenvolvimento dos personagens.

‘Cobra Kai’ termina bem, com muita ação, momentos hilários, boa trilha sonora e com aquela sensação de ser a última temporada. #SQN! O desfecho dá um gancho para novas histórias e estamos ansiosos do que pode acontecer. Será a última? Chega logo a 6ª temporada!

Crítica Cobra Kai – Uma temporada para aplaudir de pé

Nova temporada mostra que a Netflix acertou em cheio ao deixar com a “sua cara”, mas sem decepcionar os fãs

Por Antonio Lemos

4ª temporada de Cobra Kai já está na Netflix. (Foto: divulgação)

Ter um estilo agressivo ou conservador? Ofensivo ou defensivo? Somos acostumados a ver/ouvir no nosso no futebol e nas artes marciais não poderia ser diferente. Os lutadores em questão precisam de um verdadeiro jogo mental para induzir o seu oponente se vai golpear primeiro ou ficar no “banho-maria”. É nesse mote que a 4ª temporada de ‘Cobra Kai’, disponível na Netflix, aborda nos seus 10 episódios e não decepciona os fãs da franquia ‘Karatê Kid’ com cenas de ação para tirar o nosso fôlego, trilha sonora de respeito e alguns pontos de interrogação a serem resolvidos na próxima temporada.

Senta que lá vem spoiler…

Se os senhores não ligam para spoilers, o seu lugar é aqui! Recordar é viver, e para quem assistiu a última cena da 3ª temporada repararam que os dois senseis – Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), com o seu Eagle Fang (Presas de Águia) – dividiam o  Miyagi-do em busca de unirem forças contra o Cobra Kai, liderado por John Kreese (Martin Kove).

Meses depois e todos estão nos preparativos para mais um torneio All Valley, com os dois protagonistas precisando deixar a rivalidade de lado. O pacto entre os mestres em que o perdedor fecharia o seu dojô deixou o clima bem acirrado durante os 10 episódios. No primeiro momento parece que dá certo, mas tanto LaRusso quanto Lawrence  são pessoas diferentes, que gostam de competir e têm estilos opostos. Enquanto o discípulo do Mestre Miyagi preza pelo equilíbrio e defesa, além de ensinar os alunos e fazerem círculos para pegar uma carpa no lago, o personagem de Zabka é além do “pé na porta”, gosta de ir ao ataque e seus ensinamentos são tanto quanto desafiadores, como pular de um prédio para outro. Eles podem até se unir por dois, três episódios, mas no fundo sempre serão rivais e a picuinha deles vai parar no túmulo.

O nível começa a subir a partir da metade final da temporada com a “milésima” treta entre LaRusso e Lawrence, e toda aquela troca de experiências entre os dojôs vão para o ralo. Johnny segue com o seu Eagle Fang e querendo recrutar novos alunos, enquanto o Miyagi-do seguia focado para vencer o campeonato. No entanto, duas peças nesse tabuleiro ficam tanto quanto confusos. O casal Samantha (Mary Mouser) e Miguel (Xolo Maridueña) buscavam ser os conciliadores e apaziguarem os ânimos dos senseis. Ao mesmo tempo, seus princípios eram encontrar um estilo próprio juntando o ensinamento dos protagonistas.  “Assim como o bonsai escolhe seu jeito de crescer porque raiz ser forte, você escolhe seu Karatê por mesma razão. Um dia você faz do seu modo”, já dizia Sr. Miyagi em ‘Karatê Kid – A Hora da Verdade’ e o diálogo entre LaRusso e Lawrence mostra que os dois estilos são válidos, dando autonomia para usarem contra os alunos de Kreese.

Para quem pensou que os protagonistas iriam brilhar nesta 4ª temporada, se enganou e os coadjuvantes foram muito bem. Tory (Peyton List) e Eli “Hawk” (Jacob Bertrand) se destacaram e propiciaram grandes momentos de ação, principalmente no torneio. Robby (Tanner Buchanan) passou os 10 episódios movido na base do ódio, mas diminuiu a guarda nas cenas finais e passou a entender o que aconteceu com o pai, Johnny, para ele ter se distanciado do que o fazia mal e nunca ter aprendido a lidar com os fracassos pessoais.

A série também aborda o bullying praticado na escola com o novato Kenny (Dallas Dupree Young) sendo vítima de Anthony (Griffin Santopietro), filho de Daniel. Cansado de sofrer, o garoto procura o Cobra Kai e Robby vira o seu “mestre”. No entanto, o menino, que era animado com a vida, gostava de videogame e nerdice, vira uma máquina de ódio em forma de guri, fazendo tudo errado ao que o filho de Lawrence ensinou.

Diante a tantos personagens, o que realmente ganhou destaque foi o retorno de Terry Silver (Thomas Ian Griffth), diretamente de ‘Karatê Kid 3 – O Desafio Final’ e o seu inconfundível rabo de cavalo (agora totalmente branco). O homem estava numa boa curtindo a nova vida e tocando o seu piano, quando Kreese entrou em ação pedindo sua ajuda. A série, então, acaba colocando o personagem de Kove em segundo plano quando é sabotado por Silver, que se torna o grande vilão da desta e da próxima temporada, mostrando que ainda tem muita garrafa vazia para vender.

No geral, ‘Cobra Kai’ mostra que a Netflix acertou em cheio ao deixar com a “sua cara”, mas sem decepcionar os fãs. Além disso, a trilha sonora com rock de boa qualidade como “You’ve Got Another Thing Comin” do Judas Priest e “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” do AC/DC, dá vontade de pegar a nossa guitarra, arriscar alguns rifs e ficar antenado com a próxima cena. Na escala desse ser que vos escreve, a 4ª temporada só perde para a 2ª, quando houve aquela cena épica da luta na escola. Com duração um pouco maior dos episódios, para quem pensou que ficaria arrastado, se enganou, pois o público fica preso do começo ao fim.

Com alguns desfechos e surpresas, é pedir muito para que a 5ª temporada chegue logo? É bom iniciar a contagem regressiva, meus jovens!

A união faz a força!

Cobra Kai entrega na 3ª temporada os desfechos do que rolou na anterior, com passado e presente caminhando juntos, e protagonistas unindo forças para derrotar um vilão indigesto

Antonio Lemos

Se eu falar que o clima de nostalgia estava no ar durante a terceira temporada de ‘Cobra Kai’, certamente seria um clichê. A continuação da série originária do clássico ‘Karatê Kid’ foi disponibilizado pela Netflix no primeiro dia de 2021 (melhor notícia até então) e não perdi tempo para tirar a tarde ao maratonar os 10 episódios (poxa produtores, poderia aumentar a quantidade de capítulos, é muito pouco).

Assim como no post anterior, vai rolar alguns spoilers, mas nada que faça os leitores deixarem de mão e não acompanhar, Já posso adiantar que foi uma das melhores temporadas produzidas com passado e presente caminhando juntos, lições, dramas, a famosa treta entre os protagonistas e aquela frase que costumamos ouvir de que a “união faz a força”.

Para começar, não há salto no tempo desde a fatídica batalha na West Valley High School entre Cobra Kai e Miyagi-Do, onde todos saíram perdendo. Miguel (Xolo Maridueña) ficou entre a vida e a morte com possibilidade de não andar, Robby (Tanner Buchanan) passou alguns episódios foragido, Samantha (Mary Mouser) se sentiu culpada por tudo que ocorreu e passou a ter crises de pânico, e Tory (Peyton List) queria se vingar da sua rival. Enquanto isso, os protagonistas Daniel LaRusso (Ralph Macchio) atravessava problemas com os seus negócios, manchados pelos acontecimentos, e Johnny Lawrence (William Zabka) procurava consertar os erros do passado e presente.

Terceira temporada de Cobra Kai já está disponível na Netflix. (Foto: divulgação)

Por falar em passado e presente, a narrativa atemporal com os principais personagens continuou. Podemos perceber, por exemplo, como se desenhou a personalidade de John Kreese (Martin Kove), onde era um simples funcionário de lanchonete e sofria bullying dos clientes, virou soldado na Guerra do Vietnã e tornou aquele vilão indigesto que torcemos para levar a pior no final. De um personagem secundário na temporada anterior a persona fria, rasteira e venenosa como uma cobra.

Com o desenrolar da trama, LaRusso e Lawrence tiveram raros momentos de que poderiam trabalhar em equipe e um objetivo em comum; Robby. Os dois apareciam em cenas dignas de filmes policiais (daqueles bem pastelões) dos anos 1980, com tons de humor e a pancadaria comendo solta. Ambos não queriam recuperar o amor e a confiança do garoto, que mais para frente terá um desfecho indigesto. No entanto, qualquer faísca que saísse no pavil, eles acabavam brigando como adolescentes imaturos. Paralelamente, conforme dito parágrafos atrás, os negócios de Daniel não andavam bem, e precisou cruzar o oceano para poder ter o crédito necessário, além de buscar o seu equilíbrio na ilha de Okinawa (Japão) – estão sentindo alguma referência com algum ‘Karatê Kid’ no ar? Pois é, os personagens de A Hora da Verdade Continua (1986) reaparecem em sua vida, e a conexão com o saudoso Sr. Miyagi (Pat Morita) ficou mais forte do que nunca.

Enquanto nos Estados Unidos, a esposa do personagem de Macchio, Amanda (Courtney Henggeler) percebeu que o Cobra Kai virava ameaça e passou a se unir com o “bonde” de quem queria Kreese longe do West Valley. Já o personagem de Zabka continuava sendo aquele cara irreverente e sem filtro, onde os melhores momentos da temporada foi ao lado do seu pupilo Miguel. Do processo de recuperação do adolescente, passando por usar o Facebook no computador e tirar fotos para adicionar na rede social, e levá-lo a um show de rock mesmo de cadeira de rodas, o tratamento era de pai e filho e jamais imaginaria que curtiria Lawrence mesmo assistindo mil vezes o filme de 1984. É um cara que busca sua redenção a cada temporada e será que terá um final feliz?

Alguém se lembra da última cena da 2ª temporada, quando o celular de Lawrence é lançado na praia e tem uma notificação de amizade do Facebook? A pessoa naquela mensagem era nada mais do que Ali Mills (Elisabeth Shue), primeiro amor de ambos no longa de quase 37 anos. O clima de revival entre os dois durou pouco, com direito a loira pedir para que o personagem de Zabka não estrague o seu futuro.

As lutas entre os adolescentes continuavam, não com a mesma gravidade no high school, mas a revanche entre as moças era inevitável de acontecer. Além disso, até então, alguns alunos saem do Cobra Kai e migram ao novo dojô criado por Lawrence. Um novo torneio de karatê vai agitar o West Valley, e com novos membros na academia de Kreese – praticamente todos sem nada na cabeça – e com poucos lutadores nos estabelecimentos dos protagonistas, nada como juntar suas forças para tentar derrotar o inimigo, que continua mais perverso e sem compaixão do que nunca. A rivalidade entre os dois vão até o túmulo, isso é fato, mas uma trégua para um bem maior promete agitar nos próximos capítulos. Para alegria geral da nação, teremos 4ª temporada, sim senhor!

Sabendo equilibrar a leveza natural dos seus personagens, a produção se mantém na sua proposta original, e entrega uma experiência divertidíssima e vibrante desde as narrativas até as cenas de ação. Como disse na parte introdutória: é uma das melhores temporadas (ainda acho a 2ª melhor), porém, o único problema é que são 10 episódios.

Netflix divulga o trailer oficial da 3ª temporada de Cobra kai

A terceira temporada de Cobra Kai estreia em janeiro, só na Netflix

SOBRE COBRA KAI
COBRA KAI se passa 30 anos depois do Torneio de All Valley de 1984, com a continuação do inevitável conflito entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka). Na terceira temporada, estão todos aturdidos após a violenta briga entre os dois dojos na escola, que deixou Miguel gravemente ferido. Enquanto Daniel revisita o passado à procura de respostas e Johnny busca redenção, Kreese manipula ainda mais seus vulneráveis alunos com suas ideias de dominação. A alma do Vale está em jogo, assim como o destino de todos os alunos e senseis.

Produtores: Cobra Kai tem roteiro e produção executiva de Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg através de sua produtora Counterbalance Entertainment. Will Smith, James Lassiter e Caleeb Pinkett são os produtores executivos pela Overbrook Entertainment, juntamente com Susan Ekins, em associação com a Sony Pictures Television. Ralph Macchio e William Zabka são coprodutores executivos.

Elenco: Ralph Macchio (Daniel LaRusso), William Zabka (Johnny Lawrence), Courtney Henggeler (Amanda LaRusso), Xolo Maridueña (Miguel Diaz), Tanner Buchanan (Robby Keene), Mary Mouser (Samantha LaRusso), Jacob Bertrand (Hawk), Gianni Decenzo (Demetri). Com Martin Kove (John Kreese) e Peyton List (Tory).

Data de lançamento: Janeiro de 2021
Instagram: @CobraKaiSeries
Facebook: @CobraKaiSeries
Twitter: @CobraKaiSeries

Cobra Kai é renovada para quarta temporada na Netflix, e a terceira estreia no dia 8 de janeiro de 2021

  • A Netflix renovou a série Cobra Kai, continuação da icônica franquia de filmes Karatê Kid, da Sony Pictures Television, para uma quarta temporada. A terceira estreia no dia 8 de janeiro de 2021.
  • Cobra Kai tem roteiro e produção executiva de Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg através da produtora do trio, a Counterbalance Entertainment. Ainda na equipe de produção executiva estão Will Smith, James Lassiter e Caleeb Pinkett, da Overbrook Entertainment, juntamente com Susan Ekins em associação com a Sony Pictures Television. Ralph Macchio e William Zabka são co-produtores executivos.
  • As duas primeiras temporadas de Cobra Kai, da Sony Pictures Television, chegaram à Netflix no começo do ano.

SOBRE COBRA KAI:
COBRA KAI se passa três décadas após o Torneio de All Valley, de 1984, dando continuidade ao conflito entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka). A terceira temporada começa após a violenta briga que deixou Miguel em uma situação de risco. Enquanto Daniel procura respostas em seu passado e Johnny busca redenção, Kreese manipula ainda mais seus alunos vulneráveis ​​com a sua própria visão de dominação. A alma do Valley e o destino de cada estudante e sensei estão em jogo.

Obrigado pela nostalgia e queremos a terceira temporada!

Clima nostálgico, referências e muita ação marcam a 2ª temporada de ‘Cobra Kai’, disponível na Netflix

Segunda temporada de ‘Cobra Kai’, está disponível na Netflix. (Foto: divulgação)

Por Antonio Lemos

Há dois anos, publiquei no Diversório as minhas impressões sobre a primeira temporada de ‘Cobra Kai’, e fiquei na expectativa de sua continuidade. Depois que entrou no catálogo de séries da Netflix, acompanhei a rivalidade entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka). Sim, passou rápido (média de 30 minutos por episódio), bateu nostalgia e quero a terceira temporada para ontem!

Antes de distribuir um caminhão de spoilers (se não curtir pode pular esta parte), posso dizer que a segunda temporada é bem melhor que a primeira, com os personagens se consolidando em seus papeis, as referências da época e uma trilha sonora que faz vontade de ativar o aplicativo de músicas e ouvi-las no último volume.

Senta que lá vem spoiler…

Para quem lembra a cena final da primeira temporada, Lawrence se depara com uma sombra, que é nada mais do que o seu mestre John Kreese (Martin Kove), dado como morto e deixou um enorme gancho para a continuidade da série. E simplesmente roubou a cena.

No começo, Kreese queria bancar o bonzinho a ponto de trabalhar em conjunto com Lawrence, que queria abandonar o lema “sem piedade” e colocar mais ética nos seus caratecas. Além disso, o Cobra Kai já era um sucesso na região graças a vitória de Miguel (Xolo Maridueña), no Torneio All Valey, derrotando Robby (Tanner Buchanan) – em uma final que fez relembrar o primeiro ‘Karatê Kid’ (corre para assistir!) – fazendo com que o local ganhasse mais alunos.

Enquanto isso, LaRusso seguia firme e forte para reabrir o Miyagi Dojo e sua ideia era justamente trazer uma oposição do que o seu rival ensina e seguir os passos do Sr. Miyagi (Pat Morita). No começo, Robby era o seu único aluno, depois Samantha (Mary Mouser), filha de Daniel, se junta à turma e começa a treinar – isso lembra o ‘Karatê Kid 4”, não é? Bingo! O objetivo não era bater de frente com os cobras, e sim, ensinar que karatê é autodefesa. Aos poucos Daniel conseguiu provar seu valor como Sensei, se reencontrou na história e passou a fazer algo que se sentia confortável.

No decorrer do seriado, Tory (Peyton List) chega ao Cobra Kai e rouba a cena ao derrotar Miguel no tatame, ao ser desafiada pelos senseis. Os dois passam a treinar juntos e engatam um romance. Por falar em cupido, “Sam” e Robby se entrosam a cada atividade, com direito ao filho de Lawrence passar uma temporada na casa dos LaRusso. Os dois ficam juntos, mas sabe aquela sensação de que o romance era só para esquecer o passado?

‘Cobra Kai’ traz o clima de Karatê Kid para a série. (Foto: divulgação)

Seguindo o bonde, a temporada mostra Johnny “sentimental”, a ponto de acreditar em mudanças, mesmo sendo aquele durão que vimos nos filmes. Da mesma forma que ele mudou ao longo dos anos, também acreditou que Kreese pudesse ter seguido seus passos. Não é bem assim. Sua presença é a típica teoria do “anjinho e diabinho” na vida de Lawrence, que queria fazer do seu Dojo um lugar hamonioso, enquanto seu mestre queria resgatar aquele sentimento de ódio que era propagado por ele naquele mesmo espaço durante os anos 1980, e fazer com que seu eterno aluno batesse de frente com Daniel.

Além disso, o personagem de Zabka teve outros bons momentos, desde a sua batalha para conectar a Internet e suas aventuras no Tinder, até passar uma noite com seus antigos colegas de karatê, com direito a uma despedida emocionante.

‘Cobra Kai’ tentou ensaiar um acordo de paz entre os protagonistas, tipo um “Pacto de Não Agressão” pré-Segunda Guerra Mundial, mas quando parecia que a paz iria reinar no West Valley, sempre tem alguns imprevistos. Primeiro, LaRusso queria atrair mais alunos para o seu Dojo e promoveu uma apresentação de karatê no festival de sua concessionária, porém quem roubou a cena foram os alunos do Cobra.

Depois, Falcão (Jacob Bertrand) vandalizou o Miyagi Dojo e roubou a medalha de honra do Sr. Miyagi, trazendo a ira de LaRusso, e enxugando um pouco o corpo de alunos da academia concorrente. E por fim, novos embates surgiram, principalmente entre Sam e Tory e Falcão contra Demetri (Gianni DeCenzo). Ou seja, se tem algo que ambos levarão para o túmulo é essa tal rivalidade!

Para não deixar essa resenha grande, vamos para o final. Para quem pensa que há um novo campeonato de karatê, está enganado, mas toda aquela rixa entre os protagonistas não acaba bem.

Primeiro, a tão aguardada luta entre os protagonistas acontece na residência de Lawrence, depois de descobrir que Sam e Robby tinham passado a noite fora. Na sequência, o primeiro dia de aula na West Valley High School vira uma praça de guerra, com os alunos das duas academias se digladiando pelos corredores, parecia aquelas brigas de gangues nos anos 1980 ou cenas do clipe “Beat It”, do Michael Jackson, mas o desfecho não é nada feliz com um dos protagonistas principais ficando gravemente ferido. Ou seja, todos perderam!

Nas cenas finais, Lawrence toma uma rasteira daquelas do seu sensei, mostrando que nem todas as pessoas mudam (ou querem mudar). Triste, não?

As impressões finais mostram que “Cobra Kai” continua empolgante desde a sua trilha sonora, baseada no rock dos anos 1980 (Mötley Crue, Whitesnake, Queen…), até nas referências da cultura pop como Harry Porter, Game of Thrones e Doctor Who, deixando-o atual e atrativo para todos os públicos.

Terceira temporada vem aí?
Sim, e com o desfecho em aberto não tinha como. Ao receber uma notificação em seu celular e, não acostumado com a tecnologia, Johnny arremessou o aparelho para longe, e eis que há um “contatinho” que vai deixar a próxima temporada, prevista para 2021, um pouco mais apimentada. A rivalidade entre ambos permanecerá até o túmulo e um novo personagem-chave vai agitar ainda mais.

Saudosismo e um gosto de “quero mais”

Produzida pelo Youtube Red, ‘Cobra Kai’ mostra reencontro entre Johnny Lawrence e Daniel LaRusso 34 anos depois da final do torneio de karatê

Por Antonio Lemos

Geralmente torcemos o nariz quando um sucesso de 20, 30 anos atrás volta remodelada ou com uma continuidade em seu enredo. Para os nascidos na época, melhor é a primeira versão e fim de papo. Enfim, quando fiquei sabendo que haveria uma série sobre o filme ‘Karatê Kid’, intitulado ‘Cobra Kai’, fiquei curioso e resolvi “maratonar” para tirar às conclusões. E gostei.

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“Cobra Kai” leva nostalgia para quem gosta de Karatê Kid. (Foto: Divulgação)

Antes de falar da série como todo, o longa filmado em 1984 (dois anos antes deste ser que vos fala nasceu) marcou e inspirou uma geração com a relação entre o mestre – sensei – senhor Miyagi (Pat Morita) com o seu aluno Daniel LaRusso (Ralph Macchio), ensinando lições valiosas um ao outro como superação e perseverança.

Dividida em dez episódios e produzida pelo Youtube Red (uma versão paga do YouTube exclusiva para os Estados Unidos), a trama nos atualiza sobre os caminhos em que os protagonistas levaram 34 anos depois. Johnny Lawrence (William Zabka) perdeu a final do campeonato para LaRusso, se tornou um adulto deprimido, distante do filho delinquente, Robby (Tanner Buchanan),e que se contenta com bicos onde reforma casas. Já Daniel San se casou, constituiu família e é dono de uma concessionária bastante lucrativa.

Aproveitando brechas do filme original, Lawrence decide reabrir o dojo Cobra Kai, do qual fazia parte, o que reacende sua rivalidade com LaRusso. No começo, o espaço só tem um aluno, Miguel Diaz (Xolo Maridueña), adolescente latino, criado por sua mãe e avó, e sofria bullying dos valentões da escola. O menino pede para que Johnny ensine a arte do karatê e ele aceita. O dojo só começa a crescer e ter mais alunos quando o vídeo de seu pupilo dando porrada nos rivais viraliza.

No desenrolar da série, Miguel chega a namorar a filha de LaRusso, Samantha (Mary Mouser), mas não pode contar ao pai que ele faz parte do Cobra Kai. Daniel enfrenta problemas com a concorrência e procura expandir o seu negócio. Robby, delinquente no início, passa a se “regenerar”, trabalhar na concessionária de San (para se vingar do pai) aprende a arte do karatê com o próprio patrão e coloca os “amigos” para correr quando querem roubar o estabelecimento.

Há também o torneio de karatê, o 50º da região, quando ironicamente, Robby luta contra  seu pai e tem Daniel como seu treinador, e o final é previsível assim, mas dá vontade de torcer para que o resultado seja outro.