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Crítica de Loki

Por Rodrigo Bocatti

Loki trouxe a questão da Linha do Tempo para a Marvel. (Foto: divulgação)

A Marvel Studios vem deixando os fãs mal acostumados com séries novas todo mês, a última agora lançada foi do vilão Loki. Chamei ele de vilão porque o personagem que acompanhamos na primeira temporada é o prisioneiro  dos Vingadores no primeiro filme da equipe, de 2012, e não o que deu sua vida para salvar o irmão, Thor.

A série, exclusiva do Disney+, nos apresenta a AVT (Autoridade de Variância Temporal) uma organização que controla a Linha do Tempo Sagrada e não deixa que ela sofra ramificações e, para  isso, sempre que surge alguma Variante, eles a retiram da linha do tempo e a prendem.

Owen Wilson e Tom Hiddleston tem uma química muito boa. (Foto: divulgação)

Logo em seu começo, Loki (Tom Hiddleston) é avisado que está sendo caçado pela AVT, ou melhor, uma versão sua está assassinando os agentes da organização e logo descobrimos que a perseguida é Sylvie (Sophia Di Martino), uma Loki de um universo alternativo passado, porém ela descarta esse nome. Todos a conhecem como a “Variante” apenas.

Ao se juntar à Sylvie, Loki descobre qual é o seu verdadeiro propósito: descobrir o que realmente é a AVT e quem está por trás dela. A trama é bem fluída, com momentos interessantes que envolvem os protagonistas, além dos acontecimentosentre Loki e Morbius.

Ravona é a chefe da AVT, abaixo apenas do Guardiões do Tempo. (Foto: divulgação)

Mas nem tudo são flores, ou joias, eu diria. Alguns episódios apresentam um enredo mais lento e quebram o ritmo do anterior, porém são necessários para desenvolver os personagens e duas histórias. É inegável que algumas lutas também não convencem o público.

Entretanto, Loki abriu as portas para a Marvel Studios explorar de uma vez por todas o Multiverso, com os acontecimentos do último episódio (não darei spoilers, fiquem tranquilos!). O futuro do MCU se dará por meio das séries, especialmente WandaVision e Loki, e deve culminar na real explicação quando chegar a vez de “Doutor Estranho: O Multiverso da Loucura”, onde Wanda Maximoff já está confirmada e, existem rumores, que Loki também estará presente. Agora nos resta aguardar dia 25 de março de 2022 para saber como, enfim, tudo se conectará.

Variante do Loki. (Foto: divulgação)

LOKI E O AMOR

A série original Disney+ Loki está disponível exclusivamente na plataforma com novos episódios todas as quartas-feiras

(Foto: divulgação)

Recentemente na história, Loki (Tom Hiddleston) se encontra preso em um apocalipse com a pessoa menos desejada: A Variante (Sophia Di Martino). Apresentada nos últimos minutos do segundo episódio e autonomeada “Sylvie”, A Variante é uma fugitiva e uma espécie de Loki alternativo. É uma das personagens mais relevantes para se juntar à história e, sem dúvida, sua presença irá impactar o enredo e o arco narrativo dos diferentes personagens. “Ela é uma outra versão de Loki, mas era importante ter certeza de que ela era única porque ela é a Sylvie, não Loki”, explica Di Martino.

Ainda há pouca clareza sobre a identidade e os objetivos de Sylvie, mas no episódio “Lamentis”, Loki e sua nova companheira de viagem se encontram embarcando em uma jornada por uma paisagem desolada, com a esperança de poder escapar antes da aniquilação. Enquanto eles trocam anedotas, verdades, mentiras e muito mais, a conversa gradualmente leva a um tópico pouco abordado em relação a Loki: o amor.

O QUE É O AMOR?

(Foto: divulgação)

Em uma cena reveladora, após compartilhar experiências da infância e suas relações com as respectivas mães, a dupla começa a trocar hipóteses sobre o verdadeiro significado do amor. “Talvez o amor seja ódio….”, reflete Sylvie. Loki parece não estar muito convencido e confessa precisar “de uma outra bebida para elaborar”. Algum tempo depois, e depois de algumas bebidas, chega a uma conclusão que traz a sua marca: “O amor é uma adaga. É uma arma que pode ser empunhada longe ou perto. Você pode se ver nela. É bonita. Até que te faz sangrar. Mas, por fim, quando você pega… “, “…não é real. O amor é uma adaga imaginária”, completa A Variante, antes de admitir que se trata de uma “metáfora terrível”.A troca cômica e irônica mostra que Sylvie não está disposta a cair nos truques e armadilhas de Loki, mas também revela a química que, sem dúvida, em existe entre eles.

POR TRÁS DE UMA FRASE

(Foto: divulgação)

Em relação a esta “metáfora terrível” dita por Loki, Tom Hiddleston concorda que é o resultado da espontaneidade, mas ao mesmo tempo revela sua experiência com o amor. “Até agora, ele não esteve perto do amor. Para ele, o amor é uma espécie de ilusão na qual ele confiou e foi decepcionado”, observa Hiddleston. Por sua vez, o diálogo dá a Sylvie a oportunidade de desviar a pompa do Deus da Trapaça. “Ele sempre diz coisas que pensa serem profundas, mas, na realidade, não são particularmente profundas”, completa Hiddleston.

Já o roteirista principal de Loki, Michael Waldron, afirma que a frase tem um elemento de romantismo, considerando que trabalhou naquele episódio poucos dias após o seu casamento. “É interessante porque este episódio é provavelmente o mais romântico da série. Ao mesmo tempo, como Loki bebeu naquela cena, senti mais liberdade para escrever algo sem pensar muito sobre o que ia dizer. Segui meu impulso: ‘O amor é uma adaga’. E, felizmente, como muitas das metáforas de Loki, funciona muito bem”, explica Waldron.

SYLVIE E LOKI, UM SÓ CORAÇÃO

(Foto: divulgação)

“Duas Variantes do mesmo ser, especialmente você, formando esse tipo de relacionamento romântico doentio destorcido? Isso é puro caos! Isso pode quebrar a realidade! Está quebrando a minha realidade agora mesmo. Mas que incrível narcisista avassalador. Você se apaixonou por si mesmo!”. Isso é o que Mobius praticamente grita no último episódio de Loki da Marvel Studios. “Esse foi um dos pontos cruciais da minha proposta [para a série], que haveria uma história de amor”, explica o roteirista principal Michael Waldron. “Ficamos indo e voltando por um tempo, como se realmente quiséssemos que esse homem se apaixonasse por outra versão de si mesmo. Isso é muito louco? Mas em uma série que, para mim, é sobre amor-próprio, a autorreflexão e o auto perdão, achei que estava tudo bem esta ser a primeira história de amor real de Loki”.

A história de amor de Loki e Sylvie tem um começo apocalíptico, pois é aí que os dois começam a se relacionar. Presos em uma lua à beira da destruição total, os dois são obrigados a trabalhar juntos para encontrar uma maneira de sair desta situação, apenas para vê-la fracassar completamente diante de seus olhos.

Enquanto a lua literalmente desmorona ao seu redor, Sylvie coloca uma mão no braço de Loki, e quando isso acontece, cria-se uma ramificação na Linha do Tempo Sagrada. Estes dois Lokis estão tendo um momento que nunca deveriam ter, que, como diz Mobius, é “puro caos”. “O olhar que compartilham, nesse momento, [começou como] uma amizade que floresce”, continua Waldron. “Então, pela primeira vez, os dois sentiram aquela pontada de ‘Ah, será que poderia ser algo a mais? O que é isso que estou sentindo?’ Estes são dois seres de puro caos que são a mesma pessoa que se apaixonam um pelo outro”. Infelizmente, o resgate deles os leva ao cativeiro imediato na Autoridade de Variância Temporal (AVT).

Para onde irá o vínculo entre Loki e Sylvie? Que novas frases o Deus da Trapaça dirá para nós? Os próximos episódios darão todas as respostas.

Loki está disponível exclusivamente no Disney+ com novos episódios todas as quartas-feiras.